

ANÁLISE DO DISCURSO: SUJEITO, IDEOLOGIA E PRODUÇÃO DE SENTIDOS

ANÁLISE DO DISCURSO: SUJEITO, IDEOLOGIA E PRODUÇÃO DE SENTIDOS
A Análise do Discurso (AD), especialmente na perspectiva francesa desenvolvida por Michel Pêcheux e difundida no Brasil por Eni Orlandi, entende que o sentido não é fixo nem está apenas no texto, mas se constrói nas condições concretas de produção e nas relações históricas, sociais e ideológicas.
O sujeito é concebido como histórico e ideologicamente constituído, atravessado por formações discursivas que definem o que pode dizer e como pode dizer. Nesse quadro, o discurso é visto como lugar de disputa de sentidos, em que a ideologia atua para naturalizar interpretações e silenciar outras.
Segundo Orlandi (2009), “o discurso é efeito de sentidos entre interlocutores situados histórica e ideologicamente”, o que implica que o texto não pode ser separado do contexto. Pêcheux (2009) reforça essa perspectiva ao afirmar que a ideologia “interpela os indivíduos em sujeitos”, determinando suas posições no discurso.
A AD amplia o campo de análise para além do texto escrito, abrangendo todas as formas de linguagem inseridas em práticas sociais, considerando também conceitos como interdiscurso (a rede de outros discursos que atravessam o dizer) e memória discursiva (o que já foi dito e que influencia o que pode ser dito).
Referências
ORLANDI, Eni. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. 9. ed. Campinas: Pontes, 2009.
PÊCHEUX, Michel. Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. 4. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2009.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

