Caro aluno (a), a prática docente impõe diferentes desafios ao lidar com discentes tão diferentes reunidos em uma sala de aula. As crianças e adolescentes chegam à escola com experiências de vida e capacidades de lidar com as situações por vezes divergentes das que você pensa ser a melhor forma de enfrentar, seja emocional ou cognitivamente. Pensando nesses aspectos, proponho a você um estudo de caso para desenvolver as habilidades de investigação e possibilidades de intervenção neste contexto.

 

O estudo de caso proposto é de um aluno chamado Pedro, 9 anos, cursando o 4º ano do ensino fundamental em uma escola pública de tempo integral. Desde os primeiros anos da alfabetização, seus professores perceberam que ele apresentava dificuldades acima do esperado para a sua faixa etária, especialmente nas atividades de leitura e escrita.

 

Apesar de ser um menino curioso, participativo e verbalmente muito expressivo, Pedro demonstra grande resistência ao realizar tarefas que envolvam a decodificação de palavras, leitura em voz alta e produção de textos escritos. Com frequência, ele troca letras com sons semelhantes (como “f” por “v” e “p” por “b”), inverte a ordem de letras em palavras (escreve “louvro” em vez de “livro”), e apresenta escrita bastante irregular e com ortografia instável. Durante as atividades em grupo, ele se destaca em oralidade, criatividade e raciocínio lógico, mas se retrai quando precisa ler algo em voz alta ou expor por escrito suas ideias.

 

A família relata que Pedro é um menino atento, gosta de contar histórias e é muito imaginativo. Em casa, mostra boa memória para acontecimentos, gosta de jogos de tabuleiro e consegue resolver problemas matemáticos simples com facilidade. No entanto, demonstra cansaço e frustração quando precisa ler livros ou fazer cópias, o que tem afetado sua autoestima.

Após encaminhamento feito pela escola, Pedro passou por uma avaliação com equipe multidisciplinar (fonoaudióloga, psicopedagoga e neuropsicóloga), que indicou que ele possui inteligência dentro da média, sem comprometimentos neurológicos ou sensoriais, mas apresenta um padrão claro de dificuldade persistente na leitura e na escrita, não explicada por fatores emocionais ou socioeducacionais.

 

Situação atual e encaminhamentos:

Com base na avaliação, a equipe pedagógica começou a realizar adaptações curriculares leves, como o uso de textos com letras ampliadas, leitura mediada de atividades, maior tempo para produção escrita e ênfase na expressão oral. A escola também iniciou parceria com a família e o serviço de saúde do município para acompanhamento fonoaudiológico e psicopedagógico. Os professores receberam orientação sobre práticas de ensino multissensoriais e apoio do professor de apoio pedagógico para intervenções específicas.

Faculdade: Unicesumar